terça-feira, 6 de maio de 2014

MERECE SER LEMBRADO II -- PEQUENO POLEGAR


PEQUENO POLEGAR

Longe, muito longe daqui, morava um pobre lenhador, Balbino, com sua mulher Teresa.
Tinham sete filhos, mas nenhum em idade de ganhar a vida.
O menor deles fizera sete anos e, porque nascera pequenino, quase do tamanho do dedo polegar, deram-lhe o nome de Pequeno Polegar.
Polegar era um menino esquisito. Tinha um bom coração, era inteligente e ajuizado, e vivia aflito por não poder ajudar seus pais. Por este motivo, vivia triste, pensativo e calado, sentado quase sempre num tamborete ao lado do fogão.
Aconteceu que um dia fome ameaçou toda aquela região.
Os campos secaram, os animais pesteados morriam, e a desgraça da fome começou a rondar as casa.
Certa vez, o lenhador, voltando a casa, com as mãos vazias indagou:
— Como é, Teresa, não se tem nada para comer? E os filhos?
Teresa mostrou as latas de mantimentos vazias como vazios os armários.
O lenhador, andando de um para o outro lado perguntava:
— Que fazer? Nossos filhos morrerão à míngua. Vamos, mulher! Vamos à mata! Arranjaremos raízes, frutas ou algum animal que nos mate a fome e a de nosso filhos. Amanhã cedo, partiremos todos. Os meninos nos hão de ajudar, subindo nas árvores mais altas ou correndo atrás de alguma caça.
Pequeno Polegar, triste no seu cantinho, ouvia tudo calado.
A mulher dizia ao marido:
— Tenho medo de levar os meninos à mata. Os lobos andam famintos, e, se uma alcatéia nos alcança morremos de uma vez.
— Sim, mulher, mas vê-los morrer à míngua, de braços cruzados, é impossível. Vamos amanhã de madrugada, de qualquer jeito.
Pequeno Polegar que já ouvira tantas histórias de meninos perdidos na mata, ora por terem sido forçados a fugir de algum animal ora por se distanciarem uns dos outros, pensou que devia arranjar um jeito de livrar a todos de perigos.
Que fez? Quando todos dormiam profundamente, Pequeno Polegar levantou-se, foi à beira de um regato ode as pedrinhas brancas apontavam, encheu seus bolsos com elas e foi deitar-se novamente.
Pela madrugada, o pai chamou a mulher e o filhos e disse-lhe:
— Partamos! Cada um com sua sacola às costas.

II

Sem demora, lá se foram todos a caminho d mata.
Pequeno Polegar, logo que se distanciou de casa, parou, jogou uma pedrinha no chão. Logo adiante, fez o mesmo.
O pai, notando as paradas do menino, pensou:
— Sempre esquisito este meu filho! Que será que está fazendo?
Depois perguntou-lhe:
— Pequeno Polegar, por que tanto olha para trás?
— Ah! Meu pai, estou avistando o meu pombinho branco lá em cima do telhado.
— Ora, deixe de bobagem, meu filho, é o reflexo do sol na chaminé.
E continuaram. Pequeno Polegar ia derrubando um pedregulho de espaço a espaço, para marcar o caminho por onde seguiam.
Chegaram, afinal, a uma floresta muito espessa.
— É impossível não se arranjarem frutas e caça para alguns dias, disseram os pais.
Reunindo os filhos ao redor de si, o pai lhes disse:
— Meninos, cada um procure encher sua sacola com frutos. Enquanto isto, eu e sua mãe tentaremos apanhar aves ou outras caças. Quando for hora de voltar, baterei na lata e venho sem tardar. A noite não nos pode apanhar na mata!
Os pais se distanciaram dos filhos, e estes cada um para um lado, tentaram apanhar frutas de algumas árvores para leva-las para casa.
Pequeno Polegar não perdia de vista os irmãos e quando algum lhe saía de perto, corria e subia a uma árvore, até saber onde se achava.
O sol começava a descambar para o ocidente, e o pai, com duas boas lebres às costas e algumas aves, tocou na lata para reunir os filhos.
O som seco e estridente da lata ressoou várias vezes pela mata e os meninos não apareceram.
É que os próprios pais, andando à caça, não prestaram bem atenção no lugar por onde iam.
E, assim, se distanciaram dos filhos sem o perceber.
A mulher pôs-se a chorar aflita.
O pai insistia em bater a lata, mas o rumor da folhagem e o murmúrio de uma cascata misturavam-se com os sons.
Os meninos vendo o dia cair, aplicavam o ouvido, procurando apanhar os sons esperados ou o chamado dos pais. Mas nada!
Quando perceberam que estavam perdidos na mata, começaram a gritar.
Pequeno Polegar, vendo o desespero dos irmãos, lembrou-se de que o seu pai era velho lenhador e de que talvez acertasse com o caminho de casa.
Consolou os irmãos e disse-lhes:
— Não tenham medo! Fiz como o Joãozinho que marcou o caminho da mata com pedrinhas brancas, e assim, ele e Maria acertaram direitinho com o caminho. Vamos! Eu vou à frente. Sigam-me! Mas vamos depressa, porque a noite se aproxima.
Seguiram-no todos, e,como andassem depressa, antes de a noite cair, chegaram a casa que estava fechada e às escuras.
O coração de Pequeno Polegar baita aflito, enquanto ele perguntava a si mesmo:
— Será que nossos pais estão perdidos na mata e não acertaram com o caminho?
Correu e, chegando antes dos irmãos, encostou o ouvido à porta e ouviu dizer lá dentro:
— Onde estarão meus filhos, meus pobres filhos! o meu pequenino Polegar, tão fraquinho, onde deve estar?
Pequeno Polegar não se conteve. Bateu na porta e disse:
— Estamos aqui, mamãe!
Teresa correu para abrir-lhes aporta e, abraçando-os disse:
— Graças a Deus! Como estou satisfeita por estarem todos juntos, meus querido filhos!
Balbino que já estava disposto a sair em busca dos meninos, reuniu-se ao grupo.
Falando quase todos ao mesmo tempo, contaram aos pais o que lhes sucedera.
Graças ao que tinham colhido no mato, passaram alguns dias tranqüilos e felizes.

III

Não tardou muito, e novamente a fome começou a rondar aquela região. Balbino e sua mulher temiam voltar à mata, conhecendo de perto, como já conheciam, seus horrores.
Mas, sem migalha de alimento, o pai levantou-se depois de uma noite de tormentosa vigília e resolveu naquela hora sair para a mata.
— Vamos, mulher! Se não morrermos lá, morremos aqui, pois não temos o que comer. Depois, vamos ficando mais fracos e não poderemos agüentar a caminhada, apressemo-nos!
Teresa acordou as crianças e, sem demora, cada um com sua sacola às costas, foi seguindo o pai e a mãe que levavam: ele um machado, ela um saco.
Pequeno Polegar ia atrás de todos, custando a pegar o passo apressado dos outros. Ia com as mãos nos bolsos, a pensar no que poderia fazer para marcar o caminho de casa.
Vendo à sua frente uma enorme árvore carregada de bolotas esbranquiçadas, Pequeno Polegar encheu sua sacola com elas. Depois, ia atirando-as de espaço a espaço, para marcar o caminho por onde seguiam, caso acontecesse, como da outra vez, de se perderem na mata.
Ninguém prestou atenção ao Pequeno Polegar, porque iam apressados e aflitos.
Chegaram á mata em lugar mais espesso e mais escuro que da outra vez.
Ali a caça parecia mais fácil, porque um bando de veadinhos assustados se embrenhou mais além ao ruído dos seus passos.
Pássaros em abundância.
As árvores pendiam de frutos, alguns desconhecidos, outros comuns e saborosos. Enquanto seus pais perseguiam uma veadinha, a que um deles já havia ferido na perna com uma bodocada, ali juntos, animaram-se e fizeram montes de frutas, que iam comendo, enquanto enchiam os bolsos e as sacolas.
Embora Pequeno Polegar tivesse marcado com a vista o lugar por onde seguiram seus pais, em vão os procuraram, momentos depois. Mesmo assim não desanimaram, e Pequeno Polegar estava certo de achar o caminho de casa, acompanhando as bolotas que havia atirado pelo caminho.
Mas ficou muito admirado, não podendo encontrar uma só, pois os esquilos haviam catado todas.
Aflitos, quanto mais caminhavam mais se embrenhavam na floresta tenebrosa e se perdiam lá.
Era lua nova, e a noite estava escura como breu.
O vento soprava e assobiava, fazendo estalar os raminhos secos das árvores, que despencavam, fazendo um ruído rouco.
Os meninos estavam apavorados. Parecia-lhes ouvir de todo lado os uivos dos lobos. Agarravam-se uns aos outros, tiritando de medo.
De repente, desabou uma grande chuva, acompanhada de raios e trovões. Ficaram gelados até os ossos, com as roupas ensopadas e coladas ao corpo.
Serenados os raios, Pequeno Polegar trepou numa grande árvore para ver se descobria algum abrigo. Divisou muito longe uma luz como a de uma candeia. Guardou bem a direção da luz, e desceu da árvore e puseram-se todos a correr.

IV

Depois de muito andar, chegaram finalmente a uma casa muito esquisita e que tomava cores diferentes, sendo que algumas vezes desaparecida completamente da vista de todos.
Mas — que lhes valia o medo? De qualquer maneira estavam em grande perigo, por isso, Pequeno Polegar bateu na porta. Veio abri-la uma pobre mulher, perguntando o que queriam.
Pequeno Polegar contou-lhe a sua história, e pediu pousada, por caridade, até a madrugada, apenas.
A boa mulher, vendo-os tão desamparados afligiu-se e disse-lhes:
— Meus meninos, como há-de ser? Vocês vieram bater na casa de um terrível gigante que come crianças. Ele tem um faro terrível para carne humana. Fujam, meus meninos. Fujam!
— Que nos adianta fugir? Na floresta, seremos comidos por lobos. É preferível, então, que seja o gigante quem nos coma. E quem sabe se ele não vai ter dó de nós?
A pobre mulher deixo-os entrar. Aqueceu-os junto de um bom fogo, deu a cada menino um pedaço de cabrito assado e começou a conversar com eles. De repente, ouviram quatro pancadas na porta. Era o gigante que chegava.
A mulher escondeu Polegar e seus irmãos dentro de uns jacás e correu para abrir a porta.
O gigante entrou e sentou-se numa cadeira. A sua respiração era tão forte que fazia um ruído igual ao de um motor de caminhão. A mulher correu, tirou as botas do gigante e trouxe-lhes os chinelos. Dali a pouco o gigante se pôs à mesa para cear. Diante dele, estava um carneiro inteiro e um barril de vinho.
De vez em quando, olhando ao redor, o gigante farejava o ar e dizia:
— Mulher, aqui cheira a carne humana!
— Não, marido, é engano! Acabei de esfolar um veado. É o que cheira.
— Mulher, mulher! Deixe de enganar-me! Sinto cheiro de carne humana!
A mulher tremia, sem conseguir dar um passo do lugar onde estava. Pequeno Polegar, olhando pelos buraquinhos do jacá, não despregava os olhos do gigante. De repente, o gigante deu com os jacás amontoados num canto. Levantou-se e foi direito a eles.
— Ah! Mulher! Então, quer enganar-me? Cuidado que eu a comerei também!
Abrindo um dos jacás, pegou um dos meninos pela perna:
— Oh! Tenho carne para um excelente assado. Vou aproveitar para festejar a vinda de três amigos, que serão nossos vizinhos.
E o gigante foi tirando dos jacás os meninos, um por um. Pálidos de terror, não podiam ficar de pé.
O gigante era o mais cruel dos gigantes, e longe de ter piedade deles, apanhou uma grande faca que começou a amolar numa pedra, bem devagar. A mulher, trêmula de dó, dizia-lhe mansamente:
— Marido, que vai você fazer a esta hora? Temos tanta carne no braseiro!
— Cale-se, mulher! Senão, é a você que eu ponho no espeto, dentro de meia hora.
Mas a mulher continuou:
— Olhe, marido, temos aves e caças diversas, um leitão, e a metade de um porco. Deixe os meninos para amanhã.
— Tem razão, mulher. Trate-os bem: dê-lhes muito de comer e faça-os dormir em boas camas.
Mais satisfeita tratou os meninos da melhor maneira que pôde.
Os meninos, embora esfomeados, não puderam comer, tanto medo tinham do que pudesse acontecer.
Afinal, o gigante, satisfeito, pôs-se a beber, e bebeu mais doze copos do que de costume, tornando-se completamente tonto. A mulher obrigou-o a ir deitar-se, o que fez logo, caindo num pesado sono.
O gigante tinha sete filhas horríveis. Eram vermelhas como romãs, porque só comiam carne crua. Tinham uns dentes finos, muito agudos e separados. Os narizes eram compridos e aduncos, e uns olhos redondos e cinzentos brilhavam com um brilho esquisito. Usavam uma coroa de ouro na cabeça, que não tiravam nem para dormir. Embora muito novinhas ainda, cada uma já comia um carneiro inteiro em cada refeição. Eram loucas por carne humana. Dormiam todas as sete em uma cama grande. No mesmo quarto, havia outra cama igual, onde a mulher acomodou o Pequeno Polegar e seus irmãos, depois de verificar que estavam todos bem alimentados e bem quentinhos.
Em seguida, a mulher do gigante apagou o candeeiro e foi deitar-se.
E silêncio da noite encheu a casa do gigante.

V

O Pequeno Polegar não conseguira dormir. Imaginou que o gigante, embriagado como estava, poderia duma hora para outra, resolver come-los.
Que fez, então? Levantou-se de mansinho, pé ante pé. Foi à cama das sete filhas do gigante. Tirou com bastante jeito as coroas de suas cabeças e em lugar delas colocou os gorros dos seus irmão. Depois, indo à cama onde dormiam seus irmãos, colocou na cabeça de cada um dos meninos as coroas das filhas do gigante.
A altas horas, acordou o gigante alucinado. Pegou a faca que estava à cabeceira e, cambaleando, foi até a cama dos meninos. Apalpou-lhes as cabeças e, percebendo as coroas, disse:
— Oh! Quase fiz um desastre! Estas são as minhas filhas! Estou com a cabeça tão transtornada que ia cometer o engano de matar as minhas próprias filhas, coitadinhas!
E vai o gigante com mais fúria para a outra cama. Apalpa as cabeças, sente o gorro e diz:
— Ah! Aqui estão os malandrinhos, que vou comer com o café da manhã.
Dizendo isso, meteu a faca, degolando uma por uma as sete filhas.
Tudo feito, foi deitar-se, ainda com as mãos pingando sangue.
Pequeno Polegar não havia perdido um movimento do gigante.
Logo que começou a ouvir os seus roncos, chamou seus irmãos e pediu que o seguissem, sem fazerem o menor ruído. Os meninos, mais mortos do que vivos subiram numas malas e saltaram para o jardim por um respiradouro. Lá fora, desandaram a correr pelo mato adentro, sem saber para onde ir.
Aos primeiros clarões da madrugada, o gigante acordou e disse:
— Mulher! Vá cuidar dos meninos!
A mulher pensou que o marido lhe mandava tratar dos meninos e subiu, muito admirada da bondade do gigante. Mal entrou no quarto, viu o chão inundado de sangue e suas sete filhas degoladas. Deu tal grito de horror que fez o gigante para acudir-lhe, ficando também ele surpreendido com o terrível espetáculo. Vendo os gorrinhos nas cabeças das filhas exclamou:
— Ah! Que fiz eu! Isto foi coisa daqueles malandros, daqueles miseráveis! Eles me pagarão... e é agora...
Gritou para a mulher que estava fora de si:
— Dê-me depressa as botas de sete léguas que os apanharei num minuto.
Como a mulher continuasse desmaiada, tirou ele mesmo as botas de um armário e calçou-as, esbravejando.
Depois, com a faca a brilhar na mão, saiu porta afora a gritar:
— É agora! Já lhes sinto o cheiro pelo caminho.
Depois de haver corrido de todos os lados, o gigante avistou os meninos longe, a transpor um regato, entretanto, os meninos, vendo aquela sombra no ar como se fosse uma nuvem negra, perceberam o gigante que, com uma passada, ia de uma montanha à outra e atravessava um rio largo, como se atravessasse um ribeirinho.
Pequeno Polegar olhou assustado para todos os lados à procura de um esconderijo. Viu uma caverna aberta numa rocha onde o gigante não poderia entrar por ser muito pequena. Entrou na caverna com seus irmãos e pediu-lhes silêncio. logo sentiram os passos do gigante sobre a caverna.
Sempre farejando o lugar por ode caminhava, o gigante disse:
— Andam por aqui, sinto cheiro forte de carne humana.

VI

Os meninos, escondidinhos no fundo da gruta, mal respiravam para não fazerem barulho.
O gigante resolveu parar e descansar um pouco. Sentou-se na rocha, acomodou a cabeça sobre as pedras e caiu num profundo sono, pondo-se a roncar tão alto que chegava a amedrontar os passarinhos que tinham os ninhos nas árvores mais distantes.
Pequeno Polegar, que já havia acertado com o caminho de casa, pediu aos irmãos que saíssem devagarinho da caverna e corressem sozinhos para casa.
Os irmãos saíram numa carreira louca, mas as pontas dos pés.
Quando Polegar percebeu que seus irmãos estavam salvos, aproximou-se do gigante e escondeu-se na fenda de uma pedra. Pôde examinar bem as botas.
Tocou-as. Ficou surpreendido vendo-as escorregar e cair junto de seus pés. Tinham esse poder de saírem ao menor contacto com as mãos.
Pequeno Polegar sentiu-se curioso e, ia pega-las, quando — oh! Surpresa! — as botas foram diminuindo de tamanho. Polegar as enfiou e se ajustaram tão a seus pés, como se tivessem sido feitas sob medida para ele.
Pequeno Polegar sentiu-se leve como uma pluma. Ia dar uma passada que o levaria a casa, quando se lembrou da mulher do gigante, que o havia protegido com tanta bondade.
Resolveu liberta-la do terrível gigante. De uma passada ganhou a entrada da casa. Ouviu gritos agudos. Era uma quadrilha de ladrões, que, sabendo do que acontecera, ia-se aproveitar da ausência do gigante para assaltar a casa. Amarraram a pobre mulher na porta e iam carregando os cofres com tudo que havia dentro.
Polegar com um passo estava dentro da casa e, com uma faca afiada, enfrentou os ladrões que, vendo-o dar uma passada de gigante no ar, julgaram que ele fosse algum mágico.
Largaram tudo e saíram em debandada.
Polegar sacudiu à pobre mulher, que desmaiara com o susto. Desamarrou-a, deitou-a numa cama e tratou-a até que ela voltasse a si.
Vendo-o perto dela, e, reconhecendo que era o Pequeno Polegar seu salvador, perdoou-lhe tudo. Não quis abandonar o gigante, porque, apesar de antropófago, era seu marido.
Pequeno Polegar nada mais tinha a fazer.
De uma passada, galgou os terrenos de sua casa.
Lá os esperavam todos, com grande aflição. Vendo-o chegar com as botas de sete léguas, sentiram-se felizes, porque, com ela, não precisavam passar os perigos que haviam passado.
Dias depois, Pequeno Polegar recebia de toda a população dos arredores uma bolsa de dinheiro, por ter livrado a terra de tão terríveis monstros que eram as filhas do gigante.
Com sua bota de sete léguas, Pequeno Polegar procurava ajudar a todos que sofriam.
E uma grande paz e muita riqueza caíram sobre aquela região, antes tão infeliz.



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