ORAÇÃO ÀS ÁRVORES
(Cópia de uma
inscrição encontrada no tronco de uma velha árvore, num parque de
Portugal.)
Tu que passas e
levantas contra mim teu braço, antes de fazer-me mal, olha-me bem.
Eu sou o calor do teu
lar, nas noites frias de inverno.
Eu sou a viga que
suporta o teto de tua casa, a tábua de tua mesa, a cama em que
descansas.
Sou o cabo de tuas
ferramentas, a porta de tua casa.
Quando nasces, tenho a
madeira para o teu berço; quando morres, em forma de ataúde ainda
te acompanho para o seio da terra.
Sou pão de bondade e
flor de beleza.
Se me amas como mereço,
defende-me contra os insensatos.
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