O ENTERRO DA CIGARRA
Olegário Mariano
As formigas
levavam-na... chovia...
Era o fim... Triste
outono fumarento!
Perto, uma fonte, em
suave movimento,
Cantigas de água
trêmula carpia.
Quando eu a conheci,
ela trazia
Na voz um triste e
doloroso acento.
Era a cigarra de maior
talento,
Mais cantadeira desta
freguesia.
Passa o cortejo entre
árvores amigas...
Que tristeza nas
folhas... Que tristeza!
Que alegria nos olhos
das formigas!...
Pobre cigarra! Quando
te levavam,
Enquanto te chorava a
natureza,
Tuas irmãs e tua mãe
cantavam...
Nenhum comentário:
Postar um comentário