quinta-feira, 1 de maio de 2014

MERECE SER LEMBRADO II -- A ONÇA E A COELHA I


A ONÇA E A COELHA


I

A Onça andava procurando uma ama para criar a filhinha. Apareceu a Coelha e disse:
— Eu soube que a senhora está procurando uma ama para criar a sua filhinha. Então, vim ver se a senhora me quer.
Respondeu-lhe a Onça:
— Pois sim, entre e vá tomar conta da menina.
Entrou a Coelha para o buraco onde estava a Oncinha e a ficou criando.
Todos os dias a Onça vinha trazer comida para a Coelha dar para a filha. Depois de passado algum tempo, a Onça pediu à Coelha que lhe mostrasse a menina.
A Coelha então foi e mostrou-lhe. A bichinha estava magra que estava nos ossos, ao passo que a Coelha estava gorda que nem podia andar.
A Onça, furiosa de raiva, urrou:
— Ih! Coelha, não quero mais Você para tomar conta da menina, não. Pois se eu trago tanta comida todos os dias, é para minha filha estar magra deste jeito e você gorda a ponto de rachar? Saia, saia.
Porém a Coelha estava com medo de sair, porque sabia que a Onça, zangada daquele modo, era capaz de mata-la. Por isso, disse:
— Espere aí. Deixe-me botar as minhas coisas para fora. Bote aí a minha cama.
A Onça, que estava furiosa na porta do buraco, pegou a cama da Coelha e atirou-a longe.
— Tome esta arca.
E a Onça — zás! — mato com a arca.
Dona Coelha continuou:
— Tome mais esta trouxa; tome mais isto; tome mais aquilo.
Por fim, não tendo mais nada que dar, juntou as orelhas e botou-as para fora do buraco, dizendo:
— Agora tome aí as minhas alpercatas.
A Onça, que já estava cega de raiva, com tamanha amolação — vupe! — atirou-a bem lá dentro do mato, pensando que fossem mesmo as alpercatas dela.
A Coelha, — perna para que te quero? — entrou pelo mato adentro e num instante desapareceu.
Toca a Onça a esperar na porta do buraco que a Coelha saísse.
— Saia Coelha! — Gritava furiosa.
A Coelha já estava muito longe.
Então, a Maritaca, que vira tudo do alto da árvore gritou:
— Saia, Você, Onça, que a Coelha já saiu há muito tempo.
— Já saiu? Ah! Mais hoje, mais amanhã e a Coelha me paga. Há-de ver, D. Maritaca. Há-de ver!



HISTÓRIAS TIRADAS DO LIVRO AS MAIS BELAS HISTÓRIAS : COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO: ENSINO DE PRIMEIRO GRAU, 3ª SÉRIE ESCRITO POR LUCIA MONTEIRO CASASANTA. EDITORA DO BRASIL S/A. SÃO Paulo 1973. EBSA – MEC.

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