DE VOLTA
Paulo
Setúbal
Minha terra... Aí,
com que abalo,
Com que sincera emoção,
Eu, dando rédea ao
cavalo,
Margeio este fundo valo
— Caminho do meu
torrão.
Tudo no ar, festa e
brilho!
E é com a alma a
vibrar,
Que eu corto as roças
de milho
Por este sinuoso trilho
Que à minha terra vai
dar.
Ninhos... flores... que
tesouro!
Que alegria vegetal!
À luz do sol quente e
louro,
Com seus penachos cor
de ouro,
— Como é lindo o
milharal!
Abelhas, asas espertas,
Num revoejo zumbidor,
Pousam trêfegas,
incertas,
Pelas corolas abertas
Das parasitas em flor!
Na mata, de quando em
quando,
Soa o trilar dos
nambus.
Os pintassilgos em
bando,
As frondes sonorizando,
Gorjeiam em plena luz.
Aqui, nesta boa roça,
São todos amigos meus.
Por isso a cada choça,
Toda gente se alvoroça
Para vir dizer-me
adeus!
Nenhum comentário:
Postar um comentário